Atualmente, a frota brasileira de embarcações de lazer compreende a aproximadamente 814,5 mil embarcações (Fonte: Isto é Dinheiro). Todavia, ainda somos um mercado emergente em relação ao resto do mundo. A relação de barcos por habitante no país é de aproximadamente 1/254, esta mesma relação nos EUA é de 1/23, na França de 1/63, na Inglaterra de 1/66, na Itália de 1/125. O mercado brasileiro é atendido por cerca de 120 estaleiros formais que produzem embarcações de 10 a 120 pés e a produção média é de 3,3 mil barcos/ano.
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Segundo ACOBAR, as Regiões Sudeste e Sul concentram mais de 85% dos estaleiros, com destaque para os estados de São Paulo (35% do total de estaleiros), Santa Catarina (21% do total) e Rio de Janeiro (14%). A Região Sul abriga um dos mais tradicionais e ativos Polo Náutico do Brasil e se destaca por apresentar a segunda maior concentração de estaleiros e fabricantes de equipamentos e acessórios náuticos do mercado nacional. O eixo da BR-101, em Santa Catarina, é o polo náutico mais importante da região, atrás apenas do litoral do Rio de Janeiro e de São Paulo. A região abriga diversas estruturas de apoio náutico, que incluem iate clubes, garagens náuticas, hotéis, empreendimentos imobiliários e marinas de alto padrão. Não por coincidência, encontra-se na região de Itajaí, Balneário Camboriú, Tijucas e Florianópolis o segundo maior polo industrial náutico do Brasil, onde estão instalados mais de 48 estaleiros, em sua maioria especializados na construção de lanchas de esporte e recreio com tamanhos que variam entre 16 e 120 pés.
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FUTURO DA INDÚSTRIA NÁUTICA BRASILEIRA
Na 21ª edição do São Paulo Boat Show, o maior salão náutico indoor da América Latina atraiu 33,5 mil pessoas ao São Paulo Expo, entre admiradores e compradores, e contabilizou a venda de aproximadamente 250 embarcações, o valor aproximado dessas vendas diretas é de R$ 155 milhões.
A cidade de Tijucas localizada na região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina, iniciaram as obras no ínicio de 2018 o Tijucas Marine Center (TMC), um complexo náutico de 804.000m2 sustentado em quatro pilares da economia do mar: indústria, comércio, serviço e turismo náutico. Com uma estrutura moderna, totalmente voltada para o mar, o empreendimento leva o conceito “Smart Sea”, que visa criar um espaço de convivência e produção em um só endereço. O complexo vai abrigar diferentes empresas da construção naval e promete transformar a região em referência nacional na produção de barcos de lazer e componentes, além de um porto seguro para quem busca oportunidades de negócios. A previsão é que a primeira fase seja finalizada em 24 meses com o término das obras em 2020.
DEPOIMENTOS
“Acreditamos que o momento é de recuperação, com o País tomando um novo rumo. Voltamos aos números de 2015, após 2016 e 2017 mais fracos. Já é uma evolução”, afirma o proprietário da Mestra Boats, José Eduardo Cury. A empresa foi uma das participantes da São Paulo Boat Show, salão náutico que ocorreu no início de outubro. A feira gerou cerca de R$ 155 milhões em vendas. “Pelo fato de nosso segmento não ser essencial, sofremos com a economia. Nesse ano, já estamos produzindo em ritmo normal e o Boat Show teve procura e negócios acima do esperado”, avalia Cury.
CEO da Intermarine, Roberta Ramalho analisa o desempenho na SP Boat Show 2018 é um bom termômetro para 2019. “Superou nossas expectativas, tudo que a gente preparou para o ano que vem se consolidou na feira.” Ela conta que a empresa cresceu mesmo na crise, especializando-se em barcos grandes. “São embarcações acima de 42 pés. Também focamos em desenvolvimento e inovação. Nosso faturamento cresceu 62% entre 2016 e 2018 e esperamos 59% em 2019.”
O diretor comercial da Sedna,Marçal Martins, diz que 2018 estava dentro das expectativas até o Boat Show. “Com a feira, superamos o esperado. Se as eleições tivessem sido antes, teria sido melhor.” Ele projeta crescimento de 5% em relação a 2017 e explica que a maior demanda vem do segmento de iates de passeio. “Corresponde a cerca de 90% das vendas. Também trabalhamos com a linha de pesca e esportiva”, destaca.
A mesma opinião é compartilhada por Allan Cechelero, diretor das marcas Triton Yachts, Fishing Raptore Armatti Yachts. “Apesar da crise econômica ter gerado insegurança nos consumidores em diversos setores nos últimos anos, em 2017, já percebemos sinais de melhora e acreditamos que haverá um crescimento ainda mais expressivo em 2018”, completa.
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